Já está disponível para leitura a edição nº 21 do Radar do Gestor, publicação da AMEC, que trata da prática de Stewardship como ferramenta do investidor para o cumprimento do dever fiduciário. A publicação reúne entrevistas com especialistas, gestores e representantes de organizações como o PRI (Principles for Responsible Investment) com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o assunto, com a apresentação de pontos de vista e casos práticos de aplicação do Stewardship. A edição apresenta ainda o trabalho realizado pela AMEC e o CFA Society com o Código Brasileiro de Stewardship (CBS) junto aos investidores institucionais.
Embora não haja uma tradução específica para a língua portuguesa, o Stewardship é entendido como a iniciativa que o investidor tem de utilizar sua influência sobre uma investida ou emissor de títulos para maximizar o valor de longo prazo do investimento. Em entrevista para o Radar do Gestor, Laura Velez, head de práticas ESG da Fama Investimentos, lembra que a palavra vem da expressão “guardiões dos ativos do dono”. Quando o investidor se preocupa com stewardship, está cumprindo o dever fiduciário de preservar os ativos do proprietário do capital, que são os asset owners.
Para Renato Vetere, Coordenador do Comitê Executivo do Código Brasileiro de Stewardship (CBS), a época em que o senso de propriedade se limitava ao exercício do direito de voto passou. “Stewardship é muito mais que isso, e voto em assembleia sem engajamento prévio, constante e estruturado de relacionamento com a empresa não é o melhor caminho para o exercício do stewardship”, define.
Uma das experiências mostradas pela publicação é a da Previ, o maior fundo de pensão da América Latina. Quando um grupo de investidores se reúne para fazer o chamado engajamento coletivo – a prática ganha força na geração de resultados, segundo Fernando Melgarejo, diretor de participações da Previ. Signatária do PRI e do Código Brasileiro de Stewardship, a Previ define a prática do stewardship como a diligência do investidor, com acompanhamento ativo do investimento de longo prazo.
Membro do Comitê do CBS, Geraldo Affonso Ferreira, afirma que um fator que pode contribuir para impulsionar o Stewardship no Brasil é um incentivo regulatório mais concreto por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e demais órgãos que regulam e fiscalizam o setor. Quem também compartilha da opinião de que o Stewardship tem potencial para avançar na esfera regulatória é Junru Liu, analista senior do PRI. “Os policy makers e reguladores devem garantir que o stewardship não seja tratado como uma prática aplicável apenas para alguns propósitos ou para classes de ativos específicas.
Confira a análise completa no Radar do Gestor clicando aqui.
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